junho 02, 2007

Ano que vem...

Eu espero retornar a esse tema ainda muitas vezes, para ver o que mudou nesse meio do caminho. Que vai mudar, vai. Isso vai. Até agora só há indecisão. Nada de certo, nada diferente. Temos duas eleições importantes ano que vem. As prefeituras, onde vou comentar a atual situação dos candidatos e a eleição para presidente dos Estados Unidos. Não estou fazendo correlação com elas, é simplesmente uma questão de tempo: as duas serão ano que vem.

A eleição para prefeitura de São Paulo esta simplesmente um mar de indecisões. Um prefeito que assumiu um governo no meio do caminho, depois de 1 ano e 3 meses de governo de José Serra, atual governador do estado de São Paulo. Pode se candidatar à reeleição. Mas ele é pouco conhecido e nunca antes um prefeito foi tão “patrulhado” como ele. Jânio Quadros, quando prefeito de São Paulo, conseguia estampar seu trabalho todos os dias na mídia, por suas ações inusitadas ou por posturas diferentes do cotidiano da cidade. Mas Gilberto Kassab só ganha a mídia nos momentos negativos de sua gestão. Não vi até hoje nenhuma menção na mídia a respeito de alguma obra concluída ou em fase de execução de seu governo. Essa é sua situação hoje. Não tem apoio nenhum da mídia, não tem carisma, não consegue emplacar diferenças no cotidiano da cidade (nem vou falar da parte da poluição visual, pois seria ao mesmo tempo negativa e positiva, sendo um debate mais atendo, ver que o projeto não era exatamente de seu governo) e não tem apoio direto de todo seu partido. E ainda digo mais: o possível candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, divide o quadro dentro de seu partido e no PSDB.

Geraldo Alckmin por sua vez é conhecido e tem uma herança de governo bastante interessante e alguns, como direi, desentendimentos com o atual governador, o que não consegue usar de forma positiva. Mas é um candidato muito mais viável que em 2000, isso sem dúvidas. Principalmente comparando que os seus possíveis adversários seriam os mesmos de 2000.

Entrando nesse mérito, nada mais direto que comparar os dois outros possíveis candidatos. E mais: comparar suas posturas com as de 2000. Marta Suplicy, é a aposta única do Partido dos Trabalhadores (isso soa quase como uma ironia). Foi prefeita, tem sue méritos no CEU, no transporte público e suas mais negativas obras que deixaram a cidade um caos, em seu último ano de mandato. Mesmo concluídas são inertes e invisíveis. Tem uma herança de um governo federal cuja imagem de 2000 é simplesmente contraria à atual. Mas é, ainda assim, viável. Se em 2004 não teve viabilidade de se reeleger, não creio muito em sua vitória, nem com a possível exposição como ministra (de um governo desestruturado, diga-se, é quase negativo).

E o outro candidato, nada mais nada menos que o de sempre: Dr. Paulo. Sabe-se lá por que os chamam de doutor. Mas é o eterno candidato. Com uma gestão que ficou a muito esquecida e posteriormente deformada pelo seu “pupilo” Celso Pitta, fez o suicido político completo, sendo base de apoio do atual governo. Certo que é um tanto em cima do muro, mas é apoiador do que a Marta defenderá. Logo, não creio em sua vitória. Maluf é um caso raro. Um sujeito que conquistou (por herança) dois grupos de eleitorais diferentes, é hoje um quase nada. Ele era a herança de Adhemar de Barros, o populista e ao mesmo tempo herdeiro dos eleitores de Jânio Quadros. Dois quadros da política paulista que demandam muitas linhas de textos para sublinhar as inúmeras diferenças. Basta lembrar da eleição presidencial de 1960, onde os dois eram candidatos e tinham nítidas plataformas distintas (mesmo os dois sendo populistas). Vale lembrar que o então presidente Juscelino Kubitschek apoiava outro candidato, general Henrique Teixeira Lott, este tendo como vice João Goulart.

Mas ter outra eleição com os mesmo candidatos de 2000 é um retrocesso sem tamanho. Em 2004, a força do PSDB era evidente. Uma prefeita candidata, usando a máquina para se eleger com obras a lá Dr. Paulo, só poderia dar vitória para uma eleição que se mostrava com esse resultado. Mas ela tinha naquele momento um plano de governo. Se foi um erro não a reeleger, nunca se saberá. Fica na especulação do “se...”. Mas aquele ano de 2004 (e parte de 2003) se fazia vistas grossas ao que dizia ter feito antes. Não se pode ter tanta fragilidade numa prefeitura. Erros são comuns em administrações públicas, infelizmente. Mas a falta de um perfil com cara de prefeito é o pior de tudo. Um prefeito deve ter o espírito de governar uma prefeitura e se preparar para este cargo. Não pode ser tão “reflexivo”, nem ter tomadas de decisões às pressas e nem ser populista. Mas um administrador com cara de prefeito. Um exemplo de prefeito poder-se-ia dizer que era Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do estado do Paraná. Mas a questão não muda: Em 8 anos nada mudou em São Paulo? Respostas somente no ano que vem.

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